sábado, 28 de dezembro de 2013

Diário da dona de casa - 1 ano depois

 Um ano depois de ter mudado para a minha primeira casa só minha, eu adquiri habilidades que me surpreenderam completamente.

Umas das coisas que eu pude perceber é que a classe média brasileira é criada para não fazer absolutamente porra nenhuma.

É claro, é esperado das mulheres que saibam ser boas donas de casa. Mas não realmente, porque o trabalho pesado fica por conta da empregada/faxineira/diarista.

Ela deve saber fazer um pudim de leite e um arroz soltinho. É bom que saiba passar uma camisa pro marido na hora que ele precisar e aprender falácias de dona de casa como: veja limpa qualquer coisa dentro de casa, vanish remove todas as manchas e que sazón é uma possibilidade razoável de tempero.

Uma coisa que me incomoda é que o homem classe média em geral não é criado para saber fazer nada! Claro, ele têm que trabalhar e ganhar dinheiro, mas isso todos temos. Quero dizer logo que eu não estou falado de você, oh pessoa incrível que desenvolveu as habilidades esperadas para se virar na vida adulta cotidiana.

Uma das coisas que me decepcionou muito quando eu casei foi notar que o meu (ex) marido - veja bem, não estou falando mal dele, mas da sociedade em geral e da forma que as mães (em geral) criam os filhos - não sabia fazer praticamente nada e a grande solução para tudo na vida era pagar alguém que soubesse fazer.

Isso sempre me incomodou. Muito.

Afinal de contas, vivemos em um país em que os prestadores de serviços domésticos não recebem qualquer espécie de treinamento formal para fazer nenhum daqueles serviços. Poucos são capazes de ler um manual ou instruções de uso de produtos. Então por que eu deveria pagar por um serviço que eu mesma poderia fazer? Qual é a habilidade fantástica que um trabalhador desses possui que eu não possuo, além de músculos?

Com isso em mente, esse ano eu me dediquei a duas coisas dentro de casa: a primeira foi aprender a viver com menos tranqueira, mas isso é estória para outro post, e a segunda foi adquirir essas habilidades que ficam dentro do reino dos homens.

Não foi fácil. Parece bobagem, mas a primeira coisa que eu aprendi a fazer foi controlar o meu pânico em relação a insetos voadores. Especialmente baratas. O treinamento começou ainda na casa da minha mãe porque eu sabia que seria mais difícil encarar viver sozinha se e tivesse que matar uma barata. A quantidade de insetos voadores estranhos, morcegos e afins - minha mãe mora no meio da floresta - serviu como dessensibilizante. Mas a prova real me aguardava aqui. Casa, térreo, rua... verão. Eu tive que aprender e me orgulho de ver como eu agia antes e como eu reajo agora. Grito ainda, se levar um susto, sim. Mas piso em cima, recolho e jogo fora.

Uma das coisas que eu pedi de presente quando eu me mudei foram ferramentas. Não ganhei. Ganhei apenas uma trena, que eu adoro. Ainda estou montando a minha caixa de ferramentas de acordo com a necessidade. Tem muita bobagem que a gente não usa nunca e eu ainda não tenho experiência suficiente pra saber com certeza tudo o que eu quero e sei que isso vai se devagar. Mas é impressionante que as mulheres em geral não saibam nem os nomes das ferramentas. 

Uma coisa que eu tinha medo, era de entrar em loja de material de construção. Eu me sentia oprimida, como se estivesse fazendo alguma coisa errada. Entrando em um local restrito sem permissão. Hoje é uma das minhas maiores fontes de aprendizado. Eu vou lá na loja, puxo o banquinho pro balcão, bato o maior papo com o vendedor que tem uma super paciência comigo, aprendo mil coisas.

Eu fiz coisas que eu julgava absolutamente impossíveis como instalar um chuveiro! Preparar toda a parte elétrica para a instalação de ar condicionado trocando a fiação para suportar a amperagem correta, trocar torneiras, carrapetas, resistência,.... Aprendi que as coisas são possíveis e as ferramentas são ótimas. 

Infelizmente, eu aprendi que os homens não têm capacidades tão sensacionais assim e nem pra isso são necessários. Seria bom dividir as tarefas, claro. Mas não seria nada fácil suportar um bunda mole dentro de casa sabendo exatamente o trabalho que casa coisa dá.

Minha conquista mais recente era uma tarefa que eu tinha muito medo mesmo. Furar parede. Eu via o medo estampado na cara de quem o fazia, e sempre o cuidado incrível "pra não fazer merda". 

Claro, você tem que ter alguma noção, procurar onde tem canos, essas coisas. Mas da primeira vez que eu fui lá furar a parede eu entendi que não é assim tão complicado e, se você errar, ..... bem....

Eu faço assim: vou no quintal, tomo um bom banho de mangueira, volto, fumo um cigarro com um mate geladinho depois eu volto lá pra furar de novo. Simples assim? O buraco feio? Fecha-se com massa.

à bientot.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

A invenção das redes sociais

Vamos falar rapidamente sobre tecnologia.

A tecnologia 'azeita' a forma como trabalhamos e interagimos. A tecnologia faz as coisas ficaram mais rápidas e faz com que elas se propaguem. Mas somos nós que criamos as tecnologias.

Muito se fala sobre como as redes sociais afetaram a maneira como nós interagimos e a comunicação humana. Ora, as redes sociais foram criadas para satisfazer necessidades que nós já tínhamos de comunicação/ interação / socialização.

O processo de criação de qualquer coisa parte de uma necessidade anterior. Pô seria legal ter luz à noite = vamos inventar energia elétrica e tal. Não se faz pesquisa/invenção/ criação sem que haja demanda.

Para citar um exemplo, o filme sobre o Mike Zuckemberg e a criação do Facebook mostra claramente isso. E não adianta colocar um rótulo na utilização do Facebook. Cada um usa pra uma coisa, separei uns exemplos:



a) gente que usa pra dar "bom dia", "boa noite", "vou malhar", "to comendo miojo";
b) gente que usa pra ficar olhando fotos de possíveis investidas amorosas o dia inteiro e pensando se vai ou como vai chegar naquela pessoa ou não;
c) gente que só usa para contar piada, compartilhar videos engraçados, etc;
d) gente que usa para comentar o cotidiano, seja com o objetivo de mudar o mundo ou não;
e) gente que fica bisbilhotando a vida alheia e usa como ferramenta de espionagem própria ou compartilha com o seu círculo de amizades e faz a vida da "vítima" uma novela da vida real;
f) gente que fica jogando os mais diferentes joguinhos todos iguais, cuja única habilidade que você precisa ter para jogar é saber apertar o botão do mouse para que o tempo passe e a pessoa possa escapar da vida e dos problemas.

Na verdade, o que eu vejo é as pessoas continuarem a se comportar exatamente da mesma forma que antes da internet, apenas com acesso a um "megafone mágico" que faz com que você jogue a informação sobre o que você faz no universo. Ou será que....

a) você não conhece aquela pessoa que PRECISA de atenção?
b) você não conhece aquela pessoa que fica o dia inteiro pensando em mulher/ homem?
c) você não conhece aquela pessoa que tem sempre uma piadinha nova pra contar?
d) você não conhece aquela pessoa que quer sempre falar sobre política, direitos dos animais, religião, discutir futebol....
e) você não conhece aquela pessoa que é fofoqueira e bisbilhoteira?
f) você não conhece aquela pessoa que quer fugir dos seus problemas?

Essas pessoas sempre existiram, não foram criadas pelas redes sociais. Aliás, nada é criado pelas redes sociais pelo simples motivo que as redes sociais não são um entidade pensante. Nós é que criamos as redes sociais e as usamos e modelamos de acordo como as nossas necessidades.

E é também por isso que eu não estou entendendo a calorosa discussão sobre a mais nova "rede social" (app) que é o famoso/ infame Lulu:


Para quem é devagar e ainda não sabe do que se trata, o Lulu pega a sua lista de contatos do Face e vc pode fazer comentários anônimos e dar notas sobre aquele carinha. As outras meninas que tem o lulu vão saber se o cara, tem chulé, é broxa, tem o pau pequeno, se chupa bem, etc.

E aí tem muita gente revoltada. Como o Lulu!

De novo, app não é entidade, não é bom ou mal. App não cria comportamentos.

Isso é (uma das coisas) o que as mulheres conversam no banheiro desde sempre! Quem nunca ficou com um carinha pq uma amiga falou que ele chupava bem, que atire a primeira pedra!

E aos carinhas putos com a questão:

1) Os homens fazem isso O TEMPO TODO. No banheiro, no vestiário, no futebol, no bar, no barbeiro, etc etc etc.
2) Agora que eles estão mais cientes que a coisa vai e volta, quem sabe eles liguem no dia seguinte?
3) Estamos todos cientes que existem mulheres recalcadas. Qualquer avaliação de internet deve ser lida com cuidado. Se a sua avaliação é 10, provavelmente você só foi avaliado por uma pessoa apaixonada por você. Se a sua avaliação é zero, você provavelmente deixou alguém muito puta e ela ta se vingando. É um caso a ser analisado com calma. De qualquer maneira, a mulher tem que ter em mente que ninguém é totalmente bom ou ruim. todos temos defeitos.

Minha opinião sobre o Lulu? Pena que ele ainda não tá funcionando bem no Android. Espero que saia uma atualização em breve para consertar o problema.

domingo, 13 de outubro de 2013

Comichão e coçadinha

Ai, Ai....

Como faz para gente se concentrar no que TEM que ser feito ao invés daquilo que a gente QUER fazer? Hein?

Queria descobrir essa fórmula mágica aí.

sábado, 7 de setembro de 2013

Doggy Style

Eu não sei se devo começar essa estória com um interlúdio sobre o gato, mas acho que vou pular. O fato é que eu decidi adotar um cachorro. O que é tão novo para ela quanto é para mim. A minha vantagem é que eu posso ler a respeito.

Bom, ela chegou dia 23 de agosto. Veio de uma pessoa que resgata animais e a bichinha obviamente já havia passado por maus pedaços. Ela demorou a se adaptar e estava toda dodoizinha. Anêmica, com otite, sarna. Muito medrosinha, se molhava toda por qualquer coisa! Eu fazia carinho, ela se molhava toda. Eu chamava, ela se molhava toda.

Fato interessante: desde o primeiro dia ela fez as necessidades no lugar certinho, que era o que todo mundo me dizia que seria a pior parte =]

Só tem um detalhe: ela é a cadelinha mais sorrateira de todos os tempos. Sério, ela faz nº2 3X/dia, enormes, saca? E eu nunca vi ela fazendo!!! Tem 15 dias que ela mora comigo e eu não consegui ver ela fazendo nem 1 vez! Sabe o que me lembra? O mordomo do Mr. Deeds, saca??

Pois é.

Ela também tem uma certa fixação com o meu pé, mas vamos deixar isso de lado.

Enfim, nesses dias eu pude fazer várias constatações sobre cães em geral e sobre a minha em particular. Um vez que a pior fase do xixi emocional passou, ela se mostrou extremamente sonsa.

Quando eu brigo com ela, ela super respeita, saca? para na hora de fazer a coisa errada. Mas experimente virar as costas.... lá está ela de novo. Nossa briga atual é na hora de dormir.

Ela não sobre na minha cama durante o dia (se eu estiver em casa, lógico) mas, no instante que eu deitei pra dormir começa a pedir pra subir...eu brigo, mando descer... ela obedece, direitinho.

 - Desce, Lolita!

Ela se enrosca na caminha dela e fica me olhando com carinha de pidona. Dá um tempo, tenta subir de novo, a rotina se repete. Até que, eventualmente, eu durmo, né? O objetivo era esse, afinal. E acordo com ela enroscadinha no meu pé.


Só falta dizer: bom dia, dormiu bem? Vamos brincar?

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Diário de bordo: The Dating Game

Existem umas roubadas clássicas em que a gente cai de vez em quando e eu achei que seria uma boa dividir alguma coisa... Quem sabe contribuir com alguém na mesma situação. Enfim...



A cena é mais ou menos a mesma para todos ois pretendentes até um certo ponto. O cara-a-cara. Talvez eu já tenha chegado ao ponto de estar tão cínica ou de saco cheio da cena toda que veja desta forma, mas é fato.

Se você já está jogando o jogo há tempo suficiente você já sabe que é meio assim: Conhece, troca as informações básicas, checa algumas informações pra ver a pessoa não se contradiz muito, essas coisas. Conversa mais ou menos de acordo com o nível de interesse e confiança, finalmente marca um cara-a-cara.

Pra mim, e esse não foi diferente, o cenário geralmente é um barzinho. Cara bonitinho, idade adequada, fisicamente tudo ok.
Bla bla bla... então eu me toquei do (meu) erro que poderia ter me poupado uma noite chatinha. uma pergunta bem simples:


"Você está separado há quanto tempo?"
"Há 6 meses".



PUTZ!

Na boa? fiquei o resto da noite ouvindo falar da ex e o namorado novo. Reclamou que mulher reclama que o homem diz que ela não está bonita mas usa camiseta de deputado com moletom em casa.. etc. Pergunta se ele me olhou e disse se eu estava bonita? Ai, ai.

Nem fiquei chateada de rachar a conta. Afinal de contas, seria o mesmo que sair sozinha, já que ele não estava lá mesmo...
Anotem a pergunta e não percam o tempinho precioso de vocês.

♫ - Le Tigre - Deceptacon

sábado, 6 de julho de 2013

REVER.... e não ter a vergonha de ser feliz

Morta de cansaço, sexta-feira à noite, me atraquei com o edredom e com a Netflix. No menu, eis que decido rever A Firma (The Firm, 1993), dirigido pelo meu queridinho Sidney Pollack


Primeiro devo dizer que Pollack é um cara muitíssimo subestimado. Ele tem filmes meia-bomba, sim, (e quem não tem?) mas ele dirigiu Tootsie (já calei a sua boca?), ganhou o Oscar de melhor direção e filme por Out of Africa,  (que, pessoalmente, eu acho chato pra caralho), imortalizando uma relação tipo Tim Burton - Johnny Depp com o galã Robert Reford. Nessa linha de raciocínio, meu preferido foi 'The Way We Were', 1973. Eu acho que Sidney Pollack tinha uma sensibilidade especial para troca de olhares que dizem tudo e que nunca teve o reconhecimento merecido por seu trabalho, mas o mundo não é justo. Talvez ele não fosse o gênio imortal, até porque morreu em 2008 e ninguém mais falou dele, né? Mas o cara era muito bacana, competente e fez uns filmes que eu curto muito.

A Firma tem um elenco estrelar, sensacional e que é uma lição sobre como envelhecer em Hollywood.

No topo da lista de atores (dentro desta categoria, antes que alguém me mate) temos os imortais. Um grupo de ótimo atores embalsamados todas as noites antes de dormirem em suas criptas por escravas egípcias. Encabeçados por Ed Harris, mil coroas genéricos que fazem os mesmos papeís em outros mil filmes, assim como o time de mafiosos que são os mesmos usados em todos filme/série de máfia de sempre e parece que nunca irão dormir com os peixes.

O mais gostoso, no entanto, são as atrizes. É uma lição atrás da outra sobre como envelhecer bem. Holly Hunter no papel de white trash do Tenessee está absolutamente irresistível, "Esposa n°1" mostra como manter uma boca digna de ser desenhada por Manara desde a era pré-botox e ficar ainda mais sensacional com os anos e "Sapa Marina", que nunca me enganou, provando que a idade realmente é algo que pode agregar muito valor.

Para um toque extra de emoção, temos um Rutger Hauer genérico e Tom Cruise jurando que faz ginástica olímpica desde pequenininho.

Além do passeio turístico pela capital do Tenessee, você ainda tem o direito de reviver a emoção dos filmes baseados nos livros do John Grishan, que, pra quem não sabe, era o Dan Brown da época.

Olha, a pipoca foi muito bem utilizada e valeu a noite. 

domingo, 30 de junho de 2013

terça-feira, 18 de junho de 2013

Manifestação ou Protesto?

Eu, como todo brasileiro, fico emocionada em ver o povo nas ruas finalmente se movimentando por alguma coisa. Cantar o hino nacional, ver as pessoas se movimentando em prol de alguma coisa, quando todos os representantes dessa classe média (em expansão, segundo os dados oficiais, né?) sentimos orgulho de nos ver representados nas ruas para.... para quê mesmo?


A frase: "não é mais por vinte centavos" foi a primeira a se popularizar. Só que a frase seguinte nunca veio. É exatamente pelo quê? 

Não me entenda mal, eu acho muito louvável reclamar por vinte centavos, não permita que ninguém te diga o que dói no seu bolso ou não. Não tenha vergonha jamais. Aliás, fazer com que você tenha vergonha de não ter um salário digno faz parte da ideologia que ajuda a oprimir esse pobre que é "pobre, mas é humilde".

Aliás, isso  só contribui quando a nação de ovelhas se levanta e e a chama de "gigante adormecido que acordou". Você sente uma onda de esperança, ne? Parece que tudo, tudo ... tudo mesmo pode mudar.
Acho que tudo até pode mudar, mas não com bagunça. 

Veja bem, não estou falando dos baderneiros (eu ouvi badernistas, isso procede? qual seria a diferença?), dos chamados vândalos, nem dos hackers. Me desculpe você, cidadão de bem. Mas qualquer mudança é imposta através de medo. Um bando de gente na rua vestida de branco demonstra união. Gente quebrando tudo demonstra revolta.

E é através da revolta, da imposição do medo, sim, que se consegue resultado. 
Na verdade, eu acho impressionante que as pessoas não quebrem tudo com maior frequência. Nas condições que nosso povo é tratado, acho sim,que deveria acontecer mais. 

Não estou aqui, incitando terrorismo, sou uma pessoa pacífica. No entanto, tenho minha quota de admiração por essas pessoas.

Dito isso, aqui vai o detalhe que me incomoda e parece que ninguém menciona: 


Se não é por vinte centavos, é pelo quê?

Qualquer protesto deve ser contra algo. Ter uma agenda. Eu sei que o povo está revoltado contra tudo de errado que acontece nesse país, mas não podemos ser tão inocentes a ponto de ir às ruas e protestar contra tudo. 

"Ah, tá? tudo? vou consertar agora mesmo, viu? Todos os seus problemas serão solucionados."

Isso não existe. E o que me parece é que cada vez mais grupos diferentes lançam suas próprias agendas. Me pergunto. O povo participará de todas elas? Ou será que vamos eleger uma figura única para representar todo o nosso descontentamento e eleger um bode expiatório para apaziguar o coração maltratado do povo brasileiro?


Quero lembrar que Fernando Collor de Mello é senador federal neste país e ninguém diz absolutamente nada. Ele não serviu pra ser presidente, mas senador tudo bem?

Eu ficaria com a luta contra os vinte centavos e tentaria resolver um problema de cada vez. Lamento que a massa não vá ver a coisa da mesma forma. Mas vivemos numa democracia. E democracia sem educação é algo inviável. Desculpe, mas vivemos em um país inviável. Apenas acho lindo, como você, que exista alguma movimentação popular.

Protesto? Não há protesto. Até porque não se está protestando contra nada, e sim contra tudo. O que provavelmente não dá em nada.

Somos um povo que quer reclamar contra gastos públicos mas que não sabe quais são e para que servem os órgãos públicos de prestação de contas. Um povo que diz que não gosta de política, um povo que elege semi analfabetos e criminosos para nos representar.

Estamos esperando apenas o próximo (ele já existe, com certeza) oportunista que fará sua carreira política nas esperanças românticas do povo. 

Lembram do Lindbergh Farias? O próprio Fernando Collor de Mello que conseguiu fama nacional como "caçador de marajás" e finalmente, o jesus cristo da política, Luiz Inácio?

Digo que surgirá o próximo (ou a próxima) a levantar a bandeira desse movimento descentralizado em breve. A oportunidade é singular. Gostaria apenas de poder dizer que você, que está emocionado acompanhando o levante popular pode não apenas acompanhar como se fosse a próxima novela das nove. Pode pensar a respeito e ter a sua opinião.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Eu sou ruim com datas

Quem me conhece, sabe. Parece até que eu tenho uma certa alergia a qualquer tipo de número. Apesar disso, tem umas datas que saem da casa delas e vêm te dar umas bifas por causa da publicidade. E como se um dia dos namorados não fosse o suficiente, a pagação de pau pra gringo chegou ao Valentine's Day.

Então, agora além do tradicional 12 de junho tem o 14 de fevereiro que, na minha opinião, ainda só não pegou com mais força pq se confunde com o Carnaval. E pouca gente quer saber de namorar no Carnaval, tá mais pra "querida, vou comprar cigarros".

Mas tava lá a data e eu lembro de ter pensado: é... mais um sozinha pra coleção. É legal que você pode se sentir mais sozinha gora 2x por ano, né?

O gato mal-humorado nem liga de não ter par no Dia dos Namorados


Tudo bem, já estava na onda do era só mais um....

Para minha total surpresa, hoje, rolando na linha do tempo, eu vi que já estava rolando estória nesse dia! Então assim, de repente, não mais que de repente eu descubro que nem passei o Valentine's Day sozinha. Mas hein? Pois é. Surpresa pra mim também. Esse é o ano da surpresa total, aliás.

Mês 02 e eu já desisti de ter planos pro ano todo. Só vou deixar rolar. Aliás, até agora, bão demais o resultado.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Tales from the Pet Store

Eu estou nesse momento de incerteza e insegurança há algum tempo... E aí você acha que pode deixar certas coisas para mais tarde.... Só que não.

 Assim que eu soube da mudança, comecei a planejar a castração do então filhotinho ROX.
Claro que as coisas, pra variar, saíram um pouco da rota programada.
Me larga, pô!
Primeiro eu comecei a procurar um novo veterinário que fosse bacana e tal... Só que as coisas começaram a ficar complicadas e os hormônios não respeitam a agenda dos donos. 

Todo criador responsável deve se preocupar com calendário de vacinação e a castração. Não é só porque meu gato é macho que eu posso deixar ele sair por aí e ter uma vida livre. A maior causa de morte em gatos é relacionada ao lado sexual dos bichos. 

Como assim, Bial?

1) Morte por complicações de parto. Eu mesma passei por um sufoco danado com uma gata que só sobreviveu depois de uma cesariana de emergência. Claro que ela entrou em trabalho de parto na madrugada de um feriadão. Vai descolar um veterinário.. mais difícil que táxi em Niterói quando cai pé d'água.

2) Brigas: A relação sexual em si já é uma coisa não exatamente delicada. Mas sempre tem o outro gato concorrente para encher o seu de porrada. Além de outros bichos que você não vai saber se são bem cuidados, vacinados, etc. Aí tem os riscos de AIDS felina, Leucemia felina, Tétano e outras coisas super agradáveis.



Fêmeas e machos sofrem do mesmo jeito. Não adianta procurar uma desculpa. Se você tem um gatinho (ou cachorro..) terá que castrar. É sua responsabilidade de criador. 

Pois eu estou em falta com o Rox.
Ele já completou 7 meses e nada. 
E no meu complicado momento financeiro, eu não posso esquecer que ele é uma das minhas minhas obrigações, né?

- Mas será que não dá pra esperar mais um pouquinho? 

Não. 
dia 1 - ele volta da rua com uma cara estranha e deita quietinho do meu lado. Comportamento atípico. Tava todo arranhado. Fiquei preocupada, mas continuei a cuidar da minha vida.

(lembra da vida dando os sinais? pois é.)

dia 2 - ele volta da rua e deita quieto do meu lado. Vi que estava com novos machucados: um na orelha direita - um arranhão profundo - e o olho direito saindo secreção. Fiquei mais preocupada, limpei os machucados e voltei a trabalhar.

dia 3 - Ele me aparece com um buraco sangrando e tufos de pelo faltando. O pescoço todo arranhado e uma carinha péssima. Fiquei mais preocupada ainda, fiz curativos e não deixei ele sair naquela noite. O gato aceitou os curativos mas ficou indócil na porta miando a noite toda.

dia 4 - Gato deitado deprimidão. Tentei brincar com ele, nada.

dia 5 - Feridas cicatrizadas. Porta aberta. O gato retorna com um novo órgão sexual feminino aberto na nuca. O da orelha abriu de novo, dessa vez com pus. Foi complicado conseguir que ele deixasse fazer os curativos, ele tava muito nervoso. Tive que transformar ele numa múmia pra não coçar as feridas. Comecei a procurar alternativas de castração gratuita. Tarefa meio complicada, mas possível.

O gato está de castigo e puto comigo. 

dia 6 - gato puto.

dia 7 - idem.

dia 8 - Entreguei a colcha preferida dele lavadinha, dei patê de gato para ele comer, fiz de tudo que você possa imaginar, mas o gato decidiu que não vai se submeter e descobre nova rota de fuga. 

dia 9 - gato aprende a abrir a maçaneta da porta de fora para poder voltar e me mostrar o  mais novo órgão sexual feminino adquirido, novos arranhões perto do olho e boca. Briga com o gato para poder fazer novo curativo e começar a contar as cicatrizes ... de quem é a culpa? MINHA. O gato não tem culpa de ser gato. Eu é que devia ter castrado na idade certa. 

Resumo da ópera: Não importa o subterfúgio... o quanto mais isso demorar, nós dois vamos sofrer mais com essa estória. Ele agora está inclusive rejeitando ração, patê, o que for. 

Evite sofrimento pra ele e para você
Rola toda uma falta de divulgação, mas o Centro de Controle de Zoonozes (CCZ) faz castração gratuita em Icaraí. Você só tem que apresentar identidade e comprovante de residente em Niterói para fazer o agendamento. O triste é que agora só depois do carnaval, mas até lá a gente vai tomar mais cuidado com portas e janelas =/

Até nossa próxima aventura, amiguinhos!

♫ - Wouldn't it be nice - The Beach Boys

domingo, 27 de janeiro de 2013

Decisões

A vida era mais simples quando a maior decisão era casar ou comprar uma bicicleta. Eu não sei andar de bicicleta. O casamento também não deu certo.

e a gente continua
A questão agora é um pouco mais complicada... tomar decisões com conhecimento é muito mais fácil. No entanto, em sempre é possível. E a gente só vai ter o conhecimento se arriscar. 

Uma experiência muito recente me mostrou que a falta de coragem de apostar naquilo que me faz feliz só me trouxe coisas ruins. 

Bobo e óbvio, né? 

Pois na hora de ser firme e de tomar a decisão que me encarava todos os dias não era. O meu medo era justamente me jogar nesse desconhecido e, por causa disso, fiquei me flagelando. Vou dizer, não vale à pena.

Pula! Pula! Pula!
E logo depois, de novo, a vida tava ali - ou o karma, ou o que quer que vc acredite - para me mostrar outra vez que eu devia ter tomado outra decisão certa mais cedo. Eu tinha visto os sinais de que a coisa específica não tava bem, mas tive que levar uma Tsunami na cabeça para enxergar a coisa com clareza.

É isso que separa os gênios das pessoas normais. O Eureka. 

É meio bobo pensar em Newton refletindo sobre o porquê da maçã ter caído na cabeça dele. Ele já tinha visto várias coisas caindo, aposto. Mas ele foi o primeiro filho da puta a dizer uma coisa que parece tão simples depois que é dita.

Agora tá ali, é fato. O gênio é aquele verbaliza um fato que, para você, depois, pode ser óbvio. O Gênio tomou a decisão, se expôs ao ridículo, aceitou o risco.

Veja bem, não tô me comparando a nenhum gênio. Muito pelo contrário, sou bem burrinha e a prova disso são essas incontáveis rasteiras que poderiam ter sido evitadas se eu tivesse feito algo a respeito antes do maremoto passar.

O risco é um fator crucial que muitas vezes faz a gente tomar decisões que a gente não quer ou evitar a tomada de decisões que a gente teme. Logo eu, que não gosto nem de escolher a mesa do restaurante... pfft (olhos rolando em angústia)

punheta mental eterna

Pois dessa vez eu vou seguir meu coração. Ele já tá rouquinho de tanto me avisar que eu tenho que fazer o necessário para ser feliz e evitar aquilo que não me traz felicidade, por mais que seja o caminho mais percorrido. 

O que Sr. Brains fica ditando basicamente é: 
"Não pense nisso agora, assegure o que você tem que assegurar. Você não é mais criança e tem que ser responsável em primeiro lugar." 

Sr. Heart se exaspera: 
"Olha só a merda que você vai fazer, neguinha! Se tá dando certo e ainda te dá a possibilidade de colocar aquelas coisas que você tá SE devendo no devido lugar e, além de tudo, você não tá feliz com a outra opção, manda tudo às favas e vai ser feliz!"

Ser feliz ...
Será que dá pra relaxar e ser feliz sem um chão sob os seus pés? Sem segurança, sem estabilidade?
Tenho a impressão que logo descobriremos. 

O importante é aproveitar a vista ou ficar preocupada em cair?


















à bientot.

♫ - Back in Business - com Liza Minelli

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

50 Tons de Chiclete



Eu sinceramente não sei qual é a confusão toda... Por que as pessoas falam tanto desse livro? 
Pois eu vou falar também!

Bom, primeiro, para falar alguma coisa, a gente tem que saber do que se trata... então, sim, eu fiquei curiosa com toda a confusão e não quis ficar por fora do assunto. 

Mas, sinceramente, vou contar...foi muito divertido!!! O livro é mal escrito? É! Risivelmente mal escrito. 

Mas será que isso me faz uma pessoa melhor por entender que é mal escrito? Ou será que as pessoas que ficam só falando mal do livro para mostrarem que tem mais conhecimento que as outras? 

Afinal de contas entretenimento massificado, em qualquer forma que seja, não é uma coisa leve? (Mas é mal escrito! A heroína é uma idiota! O livro mostra a mulher como objeto, blablablala... O retrato de BDSM é soft demais! O erotismo do livro é para amadores, etc.)

Gente, sério... 



Assim vocês me envergonham... (facepalm da dona de casa para vocês)

O que o livro fez para que vocês tivessem assim tanta expectativa dele? O livro, pra mim, foi como chiclete... sem valor nutricional nenhum, faz mal para os dentes, se não tiver muito cuidado, faz mal até para o estômago, mas depois de uma refeição... é divertido e pode até ajudar a limpar os dentes ;)

A questão do erotismo é muito pessoal. Para a grande maioria das mulheres, é muito raro colocar as unhas em algo que estimule as fantasias. O mundo é cheio de coisas que são voltadas para os homens e ninguém diz nada, mas quando aparece erotismo para donas de casa, ahhhhhh... que coisa desqualificada!! 

E depois vocês se sentem super à vontade para falar de feminismo, né? Pois o que estamos julgando então? O que deve ser erótico ou não para a maioria das donas de casa? Ora, por que você não começa fazendo uma campanha "eu não compro Barbies para a minha filha", "fora Disney" ou "Aqui em casa a Xuxa não entra"? Talvez assim as gerações futuras tenham uma visão e expectativas diferentes em relação ao sexo oposto.

Enquanto isso, a gente não deve estranhar tanto assim que a figura masculina seja um príncipe rico e poderoso que exerce controle sobre a princesa, que obviamente tem que ser uma criatura inocente   para que tudo seja 'apresentado' à ela e maior de idade, para que não tenhamos problemas com a lei (então parem de falar "mas ela era virgem com 21 anos"... Aff!).

Enfim, o sucesso do livro nem é uma coisa assim sem precedentes. Quem não se lembra de Jacqueline Susann?



O livro também era um lixo! Um lixão delicioso!!! E as mulheres todas leram e se sentiram transgressoras e foi um grande sucesso de público e venda.

Parem de se comportar como se você só lessem a fina flor da literatura! Ninguém merece literatura o tempo todo também.

Quem leu teve alguém para odiar/rir/fazer facepalm, nem que seja a otária da Miss Steele; alguém para desejar, mesmo que seja o totosão control freak Sr. Grey... e as pessoas estão lendo... donas de casa, estudantes, maridos, mães... o mais importante: gente que não lia um livro há séculos!

Nesse país em que se fala tanto de Michel Teló, BBB, MC qualquer coisa, cinemarvel, a novela que estiver passando em questão, horas de facebook e msn, eu acho fantástico que algo consiga quebrar a barreira do TDAH imposto pela vida moderna e ainda faça tanta gente pegar um livro e ler. 

Eu me lembro vividamente da onda Harry Potter, em que as pessoas compravam o livro, levavam pra casa e viam o filme e estava bom demais. Será que não é bacana o fato que essas pessoas estão lendo? Será que não pode ser uma porta de entrada para outras coisas, nem que elas comecem a ler placas depois, já é alguma coisa. 

Em um país de analfabetos funcionais, acho que dos chicletes, esse nem é tão ruim assim.