quarta-feira, 20 de junho de 2007
terça-feira, 19 de junho de 2007
Malhando o córtex
A memória é realmente fascinante - Dickens era um gênio.
Grandes Esperanças devia ser leitura compulsória para a humanidade. Pena que a humanidade seja tão idiota e não consiga absorver - Absorver nada, o sentido de nada, o funcionamento de nada. Nada mesmo. E é por isso que não pode ler. seria apenas uma futilidade.
É por isso que o universo minúsculo das pessoas que estudam literatura é tão insuportável. Porque essas pessoas sabem o quanto sabem mais do que as outras pessoas. Pobres das outras pessoas que estudam uma coisa apenas. Quem estuda literatura tem que estudar tudo: política, sociologia, psicanálise, antropologia... e para que? Só pra saber. Então, coitados dos professores de literatura que nunca terão os esforços compreendidos e reconhecidos o suficiente - jamais. Mas nunca diga isso a um deles.
E é claro que eu não consigo dormir - pensando demais.
Vou contar uma coisa que eu fiz hoje:
Na liçãozinha lá do livrinho - mesma lição tinha que ensinar flower e flour
Não resisti: Tive que parar tudo e citar Stranger than Fiction (Mais Estranho que a ficção).
Melhor filme que eu vi nos últimos tempos sem dúvida alguma. Se você ainda não viu, vai ver. Tem na locadora. Eu não vou contar os detalhes não. Mas eu fiquei tão emocionada com a coisa do flowers no filme, achei tão lindo...
Eu não tenho a menor idéia do que os alunos acham quando eu faço essas coisas, esses paralelos. Uns me olham como se eu fosse maluca, outros viajam comigo. Sabe lá o que se pensa.
As pessoas sempre me surpreendem.
segunda-feira, 18 de junho de 2007
Floating on a Barrel

Flutuando num barril, levada pela maré...
I am color...blind
Coffee black and egg white
Pull me out from inside
I am ready
I am ready
I am ready
I am
taffy stuck, tongue tied
Stuttered shook and uptight
Pull me out from inside
I am ready
I am ready
I am ready
I am...fine
I am covered in skin
No one gets to come in
Pull me out from inside
I am folded, and unfolded, and unfolding
I am
colorblind
Coffee black and egg white
Pull me out from inside
I am ready
I am ready
I am ready
I am...fine
I am.... fine
I am fine
domingo, 17 de junho de 2007
sábado, 16 de junho de 2007
Top no playlist de hoje
I just dont know what to do with myself
I dont know what to do with myself
planning everything for two
doing everything with you
and now that were through
I just dont know what to do
I just dont know what to do with myself
I dont know what to do with myself
movies only make me sad
parties make me feel as bad
cause Im not with you
I just dont know what to do
like a summer rose
needs the sun and rain
I need your sweet love
to beat love away
well I dont know what to do with myself
just dont know what to do with myself
planning everything for two
doing everything with you
and now that were through
I just dont know what to do
like a summer rose
needs the sun and rain
I need your sweet love
to beat love away
I just dont know what to do with myself
just dont know what to do with myself
just dont know what to do with myself
I dont know what to do with myself
- White Stripes
Ps: tem que cantar gritando, senão não tem a menor graça.
Assassinei o outro
Não é um bom momento pra me irritar.
quinta-feira, 14 de junho de 2007
Micareta emocional
- Eu juro que não estou de TPM. Pelo contrário, eu estou pré-ovulando.
Mesmo assim chorei em torrents no banheiro feminino sem conseguir parar.
Parte por causa da leitura do poema, parte por causa do ridículo de mim.
Eu, ali, chorando no banheiro por causa do poema. E aí é que eu não conseguia me controlar mesmo.
Estou exausta. Só quero dormir.ANIVERSÁRIO
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui --- ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho...)
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça,
com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas o resto na sombra debaixo do alçado---,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa, No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...
Álvaro de Campos, 15-10-1929