sexta-feira, 21 de maio de 2010

Simpatizante do Kurosawa

Kurosawa tem um filme chamado ‘Sonhos’ e, reza a lenda, que ele baseou o filme em sonhos que ele teve e para que a grama ficasse do mesmo tom de verde do sonho dele ele mandou a produção pintar a grama à mão, graminha por graminha. Eu acho essa estória meio absurda e meio ‘Alice no País da Maravilhas’ demais, mas o fato é que ele é um cara que sabe apreciar um bom sonho.


 Hoje eu tive um daqueles memoráveis. Melhor que memorável apenas. Controlável! É muito raro que eu tenha controle do que está acontecendo no sonho então eu gosto de aproveitar cada oportunidade ao máximo. Assim, não que eu tenha controle absoluto e total, aparecem elementos de sonho (que me provam que eu estou sonhando, inclusive), mas eu consigo escolher certas coisas e tenho certos poderes. Em resumo, é muito foda!

Não posso contar tudo porque, primeiro não lembro de todos os detalhes, segundo têm partes censuradas, óbvio, hehehe.

Mas eu me lembro a partir do momento em que subimos pra ver um apartamento novo. O elevador saía direto em um salão enorme com aquelas paredes forradas de painéis de madeira com uns candelabros gigantes e com uma escadaria ao fundo, pela janela via-se as ondas do mar batendo nas pedras (nos meus sonhos eu sempre moro em mansão, ta? Desculpa aê).

Subimos as escadas pra ver os cômodos do andar de cima (a cozinha etc, ficava embaixo tb), os quartos e tal. Foi aí que apareceu Érica, que foi minha amiga na alfabetização e então eu me dei conta que eu estava sonhando. Ela me chamou para o jardim, que era enorme, todo gramado e nós corríamos descalças, rindo, tinha uma piscina e um gazebo ao fundo do jardim (como era na casa de Eriquita, que era o meu lugar favorito quando éramos crianças).

Nos divertimos como naquela época e aí me ocorreu: “se eu estou consciente de que estou sonhando, eu vou tentar controlar as coisas por aqui”. Então decidi voltar. Peguei um elevador panorâmico e (XXXXXXX) até chegar a outra escada que dava de volta para a casa, quando eu ia descer, a escada se tornou uma rampa e eu escorreguei até a grama embaixo. Enquanto escorregava, vi um cesto cheio de coelhinhos brancos. Eu, com medo de cair em cima deles, transformei-os em coelhinhos feitos de grama. Eram as coisas mais fofas do mundo! Todos verdinhos e com grama ao invés de pêlo, pulando pra lá e pra cá.

Voltei pra casa, e tentei então mexer na casa em si. Criei para mim um estúdio com uma varanda que também dava para o mar. Estava quente, mas não demais. Dei um mergulho e me deitei sobre uma espreguiçadeira, daquelas de cruzeiro, nua na varanda, sentindo o sol secar as gotinhas pouco a pouco. É algo que eu não posso pôr isso na minha lista de coisas preferidas e nem sei se deveria por isso aqui, mas é fato.

 Depois disso, estávamos de volta em outro cômodo que tinha esses janelões e eu olhava o mar e conversava animadamente (sim, eu já estava vestida) enquanto notava como o mar era límpido e podia ver perfeitamente os peixes todos, arraias, e várias criaturas marinhas com perfeição. Tudo era lindo mas eu tive que acordar. Pelo menos, hoje acordei com um largo sorriso.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Demi Plié


Primeiro as coisas boas: meu aniversário em si foi MARA. Tudo bem, o lugar decepcionou no serviço, blábláblá, mas isso é tudo uma questão de decidir em cima da hora, nunca dá muito certo. Mas eu me diverti, vi uma porção de gente que eu não posso ver sempre, recebi várias ligações e emails e recadinhos lindos e adorei TODOS os meus presentes =)
Tem gente que me pergunta por que eu fico deprê no meu aniversário. Bom, é que sempre acontece alguma M. Confesso que eu até já estava achando estranho que esse ano ainda não tinha acontecido nada, há!
Era a terça seguinte e eu estava almoçando com uma amiga do trabalho num restaurante toda alegrinha quando levanto da cadeira e, de repente, eu sinto uma dorzinha na lombar. Nada de mais, devo ter dormido mal ou algo assim, né?
Segui para o local da aula particular que eu dou para os filhos do meu médico em um dos consultórios do centro clínico dele. O fato é que a dor piorando cada vez mais, e mais, e mais...
Ao fim da aula eu tive que pedir ajuda. Ainda bem que eu estava lá no consultório. Foi a minha grande sorte. Ele me deu antiinflamatórios e algo sublingual para dor que era o que ele dava pra mulher dele quando ela teve câncer. Efeito nenhum.
Eu tenho que afirmar de novo, como já disse várias vezes, que o meu médico é uma pessoa maravilhosa e largou todo mundo pra ficar comigo conversando e vendo como eu estava. No fim das contas ele me perguntou: quer que eu chame uma ambulância? Eu, na minha ignorância e orgulho achei aquilo um absurdo e disse que ia para casa. Depois de outro sermão (sim, teve um primeiro) eu aceitei pegar um táxi e ir pra emergência.
Quando eu cheguei ao Hospital das Clínicas, a enfermeira nem me separou por cores de urgência de atendimento como é o costume, me levou direto para o consultório e disse que eu deveria entrar assim que o próximo saísse. Eu não consegui mais sentar (nem ficar ereta também) e doía tudo, da nuca ao joelho. O médico me colocou direto no antiinflamatório e codeína (que eu ainda estou tomando até hoje) e começou a correria para conseguir me internar.
Não havia vaga em hospital algum em aqui e somente no dia seguinte me alocaram em um hospital na Barra da Tijuca aonde eu pude finalmente fazer os exames necessários e fui liberada pra dar continuidade com tratamento ambulatorial.
Mas o que foi afinal?
Foi uma pinçada em um nervo da coluna, que me deixou em uma situação muito feia e agravada pela questão do sobrepeso. Ainda vou consultar um neurocirurgião, mas acredito que precise somente de repouso e remedinhos. Meu médico me disse que, caso eu não cumprisse o repouso absoluto, meu caso poderia se tornar cirúrgico.
Então eu estou meio que em ‘prisão domiciliar’ por tempo indeterminado (é o que diz o atestado), sendo o mínimo de 60 dias. To dia eu acho que melhoro um pouquinho (ou gosto de pensar que sim) mas ainda sinto muita dor e ainda não estou liberada nem para fazer fisioterapia, nem para trabalhar em casa, o que está me deixando muito frustrada porque eu sou uma pessoa que faz mil coisas e não sei ficar parada por muito tempo. As conquistas que eu já consegui foram: ficar sentada em frente ao computador (obviamente) e abaixar um pouco flexionando as pernas, como nos tempos do balé.
Eu não quero ficar falando das conseqüências porque aí também vai virar novela mexicana mas gostaria muito de receber visitas (já que eu não posso sair) especialmente durante a semana. Tenho alguns amigos que estão sendo meus companheiros nesse momento e, isso, pra mim, é que nem comercial de Mastercard – Não tem preço.

sábado, 1 de maio de 2010

Aniversário 2010 - part II

Ontem eu tive uma conversa sobre envelhecer com uma pessoa e não nego que a decrepitude da velhice é assustadora e inexorável. A frase que me marcou foi: "daqui pra frente é ladeira abaixo". Eu discordo.

Não acho mesmo que esses anos são piores dos que já passaram e tenho esperança que ainda tem muita coisa boa por vir. Talvez minha infância e adolescência não tenham sido tão boas assim. Talvez eu tenha esperança que o futuro ainda guarda alguma coisa boa pra mim, não sei. Eu realmente não me sinto velha de verdade e não acho que vou me sentir tão cedo...

Talvez você se sinta tão velha quanto você se permita sentir. Talvez as pessoas confundam responsabilidade com velhice, maturidade com velhice. Sei lá.

A minha idéia de aniversário pra vocês é: não deixem de aproveitar cada segundo. Passa rápido, sim. Mas uma ruga, um peito que não tem mais o mesmo olhar orgulhoso, ter que que tomar conta de suas contas, filhos ou da sua pressão arterial não significa que você não deve mais procurar ter prazer na vida - ou merece. Seja bom com você mesmo. O seu tempo é você quem faz.

E feliz aniversário pra mim. Vamos comemorar meus 34 aninhos =)