quarta-feira, 9 de junho de 2010

A Odisséia do INSS – Parte II

Bom, tive que voltar para a nova perícia, né? Pois então:

1 – o neurocirurgião não me deu nenhum papel porque, de acordo com o parecer dele, eu não tenho nada de errado para ser tratado com ele. (Meu caso não é cirúrgico, yay!). Meu neurologista, depois de avaliar minha ressonância me disse que eu não deveria levar a ressonância para o INSS porque a minha coluna está aparentemente lindinha e eu não tenho o que ele acha que eu tinha (o que me parece bom também, já que ele estava relutante em me dizer o que era. O lado ruim é que agora ele não sabe o que é e me encaminhou para um fisiatra). Resultado; continuamos com os sintomas desagradabilíssimos e sem um diagnóstico. Alguém me manda para o House, por favor.

2 – Levei o papel pro INSS dizendo os meus sintomas e a lista inacreditável de remédios que eu estou tomando. Enquanto eu estava na fila, outra pessoa que estava na fila puxou assunto comigo e eu contei o que estava acontecendo. Ele imediatamente resolveu meu problema! Me disse que era só ir no ***** e procurar o doutor ****** que ele operava minha coluna rapidinho, não doía nada. Pá, pum; meu problema era resolvido na hora. Como os anos já me ensinaram a não discutir com bêbado, maluco e gente ignorante, eu disse que ia lá assim que saísse dali.

3 – Chegou o doutor, que não era aquele médium, mas teve um diagnóstico diferente pra mim. Primeiro ele quis discutir comigo que eu não era obesa mórbida. Eu disse que era só ele fazer as contas, mesmo assim ele não quis e disse que eu não era e pronto. Me deu uma puta vontade de dizer que só porque eu sou bonita, isso não quer dizer que eu não sou obesa mórbida, mas quando a gente precisa da autoridade, o melhor é morder a língua. Mas vamos bcombinar que a situação de vc ter que defender que é obesa mórbida é a coisa mais surreal do universo? Ele chegou à brilhante conclusão que meu problema era psiquiátrico – sim, ele disse que eu era maluca, me deu mais 30 dias e me deixou sozinha no consultório pra acertar os papéis.

4 – Deixa eu contar como é o consultório: Ele tem 2,5mX2,5m de tamanho, uma maca que, se eu tivesse que deitar, estava me lavando com Lysoform bruto até agora, uma mesa de escritório daquelas da Casa Matriz e um computador velhinho. Atrás da mesa tem uma pia, papel para secar as mãos e uma placa dizendo que é proibido fumar. Quando eu estava ali sozinha, me entra um funcionário do INSS, passa por mim, vai até atrás da mesa, olha para os dois lados e me pergunta: “O elefante não está aqui?”. Eu admiti que eu não havia entendido a pergunta e pedi que repetisse. “O doutor ***fante não está aqui?” “Não, ele não está”, respondi o mais candidamente possível.

Okay, vamos analisar a situação, sim?

a) Essa pessoa é completamente retardada e achou que o médico poderia ser invisível, já que até atrás da mesa ele checou.

b) Esse era o teste pra saber se realmente o meu caso era psiquiátrico e eu estava vendo um elefante ou o doutor ****fante dentro da sala enquanto ele não estava lá.

Eu esperei o cidadão sair da sala e abafei as gargalhadas até irmos embora.


Bom, o que ficou? Eu ainda não tenho um diagnóstico, eu ainda estou tomando drogas fortíssimas que me deixam retardada mas, pelo menos, me aliviam a dor e continuo inútil, sem conseguir andar um quarteirão ou levantar um quilo.

Não percam nos próximos capítulos: Fisiatras X Fisioterapeutas. Essa briga costuma ser sempre boa.

3 comentários:

Unknown disse...

Suianne, me acabei de rir lendo a sua excelente descrição da consulta e - concordo - a surreal 'briga' pra se afirmar obesa mórbida. Não ... e procurar o médico atrás da mesa???? Nossa, to com a barriga doendo de tanto rir! Bem, a primeira parte do texto, pelo menos tira você da possibilidade da cirurgia e, segue a pesquisa em busca do diagnóstico... Ufa! Bem, estou torcendo por você e como sou devotíssima de Nossa Senhora, peço pra que lhe tire a dor, porque ela pode. Continuarei acompanhando os trepidantes capítulos, mas só o fato de você estar contando - desse jeito seu - essa aventura em torno de si mesma, já é prova de que depressão não te pega. Beijos e... muita torcida!

D. Strudel disse...

Engasgada de rir da miséria alheia!!! Obrigada amor, eu tava precisando! rsrsr

Kátia disse...

Suianne, o vídeo em http://www.youtube.com/watch?v=IZf6QaxAEjs da Nereida faz uma introdução para a Leitura Corporal. Ela é fisioterapeuta referência em Leitura Corporal. Ela é de BH, mas tb tem uma equipe no Rio.